quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

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Não dá para descrever, não há uma palavra que diga exactamente o que é, isto sente-se!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Miséria


Recordar é viver…



Poema 12 de Julho de 2005



Miséria



Ali… no meio do nada


Estava uma criança caída…


Mostrava tristeza e medo…


Mas mostrava também,


Que a morte se iria apoderar dela.


Ali, deitada no chão,


Chorava a falta de carinho da mãe,


A saudade do pai,


A vida injusta que a fez nascer.


Chorava ainda,


A fome que tinha,


A desgraça dos seus pais,


Que trabalhavam dia e noite,


Para trazer um simples pão,


Que fizera aquela criança chorar tanto.



No Natal, e nas épocas festivas que se comemoram com a família, passa-nos completamente ao lado tudo o que rodeia a nossa vida, tudo o que faz o mundo. Concentra-se em si e nos seus, esquecendo que o mundo é dar e receber. Tenho muita pena, que só no Natal se lembrem que as crianças gostavam de uma prenda ou de um doce. Quando, se calhar, durante todo o ano passam fome. Porque quem vive, vive todo o ano, não vive três dias por ano, que é quando as pessoas se lembram!

Eu


Recordar é viver…



Poema Julho de 2005



Eu



Eu sou a que passa na rua e todos ignoram


A que chora sem saber porquê


A que grita por medo…


Eu,


Eu sou a que sorri, e ninguém presta atenção


A que olha, e afastam seus olhares


A que foge do silêncio, e


Procura as palavras que nunca lhe disseram…


Eu,


Eu sou a que não quer viver nesta vida sem sentido


Sou a que ninguém compreende nem quer compreender


Sou a que isolam sem saber o motivo.


Eu…


Eu sou ninguém…


Mas para mim,


Sou alguém que vai continuar a ser assim!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Álvaro de Campos


(imagem: flor cansada de viver.)



Fernando Pessoa é considerado um dos maiores poetas portugueses. Apesar disso, a sua versatilidade e personalidade confundem muitas pessoas, e a outras, despertam ainda mais interesse em estudá-lo. Na verdade, Pessoa é uma caixinha de surpresas… Por mais que se tente percebê-lo, todo ele era contraditório. E, conseguir compreendê-lo na sua totalidade, na minha opinião, é completamente impossível. Sobre Pessoa nunca se saberá tudo. Mas concordo que será uma eterna inspiração, no que se refere á literatura. Fernando Pessoa conseguia transformar simples palavras, uma caneta e uma folha de papel, em sentimentos.

Mesmo assim, a cabeça de Pessoa era de tal forma um turbilhão de ideias, que não prescindiu de subdividir a sua imaginação, em diversos heterónimos. Ou seja, o seu pensamento era de tal forma abrangente e contraditório, que teve necessidade de criar várias pessoas/personalidades, para assim, conseguir acompanhar os seus raciocínios, os seus pensamentos, as suas vontades.

Álvaro de Campos surge como oposição a Ricardo Reis; o que Reis tem de exacto, Campos tem de maleável, o que Reis apresenta de rigoroso, Campos demonstra irracional. Este heterónimo de Pessoa, tem como ideal de vida, sentir tudo de todas as maneiras e de todas as formas. Para Campos a sensação é tudo; ou seja, o sentir é a base da vida de todas as pessoas. Ninguém pode estar indiferente a uma sensação. E, ele, procura aproveitar todas as sensações até á ultima gota, até á exaustão, até que se sinta vivo, devido a tal! Sendo assim, a sensação é a essência da vida, e a base deste heterónimo.

Poeta sensacionalista por excelência, “escandaloso” e moderno, Campos descreve um mundo em mudança, por causa da revolução industrial.

Fernando Pessoa já era contraditório. Mas, Álvaro de Campos também passa por três diferentes formas, que se reflectem nos seus diversos poemas. A primeira fase, a fase futurista (que se verifica no poema “Ode Triunfal”) caracteriza-se por um êxtase total devido ao “mundo industrial” da época. É a pura euforia, o deslumbramento, o histerismo genuíno pela indústria. Tem até, uma atracção erótica, desejo pelas máquinas. A segunda fase – fase Decadentista – que está explicita, por exemplo, no poema “Opiário”. Baseada também nas sensações, procura novas sensações, pois exprime cansaço e tédio. Nesta fase o poeta encontra-se “perdido”/nostalgico, com falta de um rumo para a sua vida. Está farto da monotonia! É marcado pelo romantismo e pelo simbolismo. A última fase, a fase Intimista, analisa-se no poema “O que há em mim é sobretudo cansaço”. Nesta etapa, Campos sente-se vazio, incompreendido e marginal. Marginal não no sentido de delinquente ou criminoso, mas no sentido de estar á margem da sociedade. Ou seja, a sociedade contenta-se com isto, mas ele, para sobreviver tem uma necessidade, uma ambição de mais. De algo que o preencha! Sofre assim, fechado em si mesmo. Sente-se angustiado e cansado.

Álvaro de Campos tem a necessidade de ultrapassar os limites, afundar as barreiras e derrubar obstáculos – tem sede de mais sensações! É alguém tão insaciável, que deseja até “ser toda a gente em toda a parte”. Mas, nem toda a sua vida é homogénea. Se é eufórico também se sente cansado a ponto de desejar destruir a sua própria vida.

Para mim, Fernando Pessoa é um espelho da sociedade. Mas nele apenas se transparecem as loucuras que muitas vezes são escondidas dentro de cada um, apenas por causa da imagem, pelo que os outros pensam de nós. É admirável ver alguém assim. Sem preconceito ou barreiras que o impeçam de ser imensas pessoas num só corpo. Ninguém pode impedir os sonhos, a imaginação que cada um transporta dentro de si. Fernando Pessoa é a prova de que podemos seguir a nossa loucura mental. Um grande poeta, do qual nasce o heterónimo de que falo nesta dissertação. Por gostar mais de Álvaro de Campos, resolvi escolhê-lo para tema. Apesar de todos os seus devaneios tem razão – as sensações são a base da vida.





segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Anúncio Nike

No âmbito da disciplina de Inglês, no tema publicidade, foi-nos pedido que fizéssemos um anúncio para rádio, televisão ou um cartaz. Além disso, tinha que ser de um produto ou uma marca jovem. Como gosto muito de sapatilhas, especialmente da nike, resolvi fazer um anúncio sobre as sapatilhas desta marca.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A Raça Humana está repleta de Paixão


(Filme: O Clube dos Poetas Mortos)

Comenta a seguinte afirmação do Professor Keating: Não lemos e escrevemos poesia porque é giro. Lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. E a raça humana está repleta de paixão.

O ser humano tem imaginação! E é a imaginação que o faz viver, sonhar! Aliás, até é a imaginação, que o faz querer voar mais alto, e tentar usar como modo de vida a máxima horaciana Carpe Diem. Juntamente com a criança que sai da barriga de uma mulher, sai uma redoma cheia de sensações. Á medida que o Homem vai crescendo, cada vez vai aperfeiçoando mais a sua forma de transparecer os seus sentimentos. Ser algo verdadeiro é que faz com que escrever seja algo vivido. E, para quem lê, seja algo sentido. O ser humano é muito complexo! Conseguir transmitir a outras pessoas o que sente, com simples palavras, faz com que tenha um dom em relação aos restantes seres vivos. A raça humana tem necessidade de libertar o que fervilha lá dentro. Quer seja algo bom ou algo mau, se for sentido, dará origem a um texto formidável e facilmente compreendido e apreciado. O homem está coberto não só de paixão, mas de um monte de sensações que não faz sentido que as guarde só para si. Mesmo que não as queira partilhar, o papel e a caneta são sempre bons ouvintes, pois guardam tudo para si. Sermos membros da raça humana faz com que tenhamos vontade de ler e escrever. Escrever para libertar o que transportamos dentro de nós, e ler para evoluir! Pois, com a evolução, poderão surgir novas maneiras de aproveitar a vida (Carpe Diem).

Citação: O poeta é um fingidor, finge tão completamente que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente.

Fernando Pessoa

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

i'm in love

Estar apaixonado é a coisa melhor do mundo! Conseguir levitar, com os pés bem juntinhos á terra. É único! Indescritível. Melhor do que explicar, ou do que ouvir a explicação é viver. Embora não tenha um ritmo sempre igual, como uma balada escrita num caderno de música, e não seja sempre constante, os imprevistos são a prova de que juntos superamos tudo! Sendo um só, conseguimos ser mais fortes, e lutar pela felicidade um do outro, já que o principal interesse é o teu bem-estar. A mim, estar apaixonada, é o que me faz viver! E o que, apesar de toda a podridão que me rodeia, me faz encarar a vida com um sorriso!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ele/A


Se a deixasses continuar no seu particular vazio, e com o seu pensamento, talvez tivesses tido uma resposta mais breve e certa. Enquanto isso, na ansiedade de querer saber qual o teu destino, explodiste de curiosidade, e, ao deitar tudo a perder, eis que cai um “não”, tão simples e gélido que imobiliza o teu ego. Sei que deitaste tudo a perder, e ela, ela deitou tudo para trás das costas. Se entendessem o que significa realmente amar, teriam a paciência que deixa os apaixonados levitar. Agora consegues ser mais do passado, que preenche um lugar, nada particular ou privilegiado! Encontras-te junto dos outros, na parte da sua cabeça que tem como função esquecer. A paciência é uma virtude! Mas deixar que a decisão da tua felicidade esteja nas mãos de alguém que não está preparado para enfrentar as consequências de dois, não é o melhor. Não fiques aí, no banco do jardim, imóvel e sem reagir. Se assim foi, tens sempre duas hipóteses de solução! Não a deixes saborear o seu desprezo em relação a ti! Não deixes ser um brinquedo, ou a tua ilusão! Se te ergueres, terás sempre a tua versão. Mesmo com dor, e, sem esconder as lágrimas, podes seguir o teu caminho. Segue as pisadas da rua que te indicam o sucesso, a felicidade. As pegadas que vais deixando para trás… o teu rasto, encontra-o quem se interessar verdadeiramente! Mas por agora, limita-te a dar os primeiros pequenos passos, para que um dia, possas correr novamente!

tu


Tens o dom de me transformar em ar quando penso em ti. Sinto-me leve, e tranquilizada. Se quisesse explicar como é a sensação de levitar, diria o teu nome. Talvez não percebessem, mas é o que sinto, quando me apoias, mesmo que só na minha imaginação. Para mim és o horizonte. Não tens fim… porque nunca sei onde te encontrar se não no meu coração! És parte de mim, e eu sou uma parte de ti. E consigo ver isso quando me olho no espelho! És, sem forma, a pessoa mais formada que conheço. Tenho pena, e sinto-me triste, de não estares aqui comigo, ou ao meu lado, na minha cama, a ajudar-me ou a limpar-me as lágrimas. Mas, mesmo sem conselhos quando mais preciso em forma de palavras, deixas-me sempre pensar que se aqui estivesses, estarias a abraçar-me e a ouvir-me. Assim, desta maneira em que estamos, eu aqui, e tu, aí; finjo que te tenho aqui comigo, que me ouves, e mesmo sem resposta, que cuidas e te preocupas. Não sei como será aí! Mas, no dia que for ter contigo, vou querer ter um papel igual ao que tens agora. Mais importante que carne e osso, és tu! E estás aqui. Comigo! E, ao deitar, sinto a tua protecção! Tenho muitas saudades. Penso sempre em ti! Só espero um dia, conseguir ser uma parte do que foste! Podias ser mais um para muitas pessoas, para mim és tudo! Tenho muito orgulho em ti!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

caixinha de segredos


A minha caixinha de segredos olha por mim, sempre que preciso de me guardar lá. Talvez pense que me posso esconder lá dentro, e que a tampa me proteja! Mas, na realidade, basta poder contar-lhe os meus segredos. Escrevê-los e guardá-los! Sei que por ela ninguém lê. A não ser que lhe tirem a tampa quando menos espera. Se calhar sou interesseira por só precisar dela quando estou mal! Quando estou triste. Ela não se importa. Ouve-me sempre. E não lhe importa o que devia fazer, ou como deveria agir. O que interessa, é que dentro dela consiga guardar o que tenho dentro de mim! A minha caixinha sabe tanto como eu da minha vida, da minha felicidade e das minhas dores! É parte de mim, em palavras. Quando não estás, é sim, a minha caixinha que me percebe!

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

sonhos


Tudo o que eu tenho que ninguém me pode tirar são os meus sonhos. As pessoas de quem gosto podem pregar-me rasteiras, posso chorar por perder alguém, ficar triste quando não consigo á primeira, desesperar ou enervar-me com alguma coisa. Podem passar por mim todas as sensações num minuto, saudade, amor, desgosto, desprezo, ódio, paixão, impulso! Mas há sempre algo que se mantém em mim! São os meus sonhos! Sempre me acompanham! Estão lá quando estou sozinha, e quero delinear novos horizontes… e também me seguem quando estou com quem amo, e faço planos conjuntos! Sonhos… é a única coisa que se prende a mim, como a alma ao meu corpo! Mas os sonhos, são o divagar da minha alma na felicidade!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

horizonte


Sentada no banco de trás, ela ia imóvel. Só o respirar movimentava o seu corpo, e fazia perceber que estava viva. Quem a conduzia, não olhava para trás. E mesmo assim, ela escondia o choro, e forçava a respiração para que não se notassem diferenças. Quieta, triste. Ia camuflando a dor que a invadia. Talvez um grito, ou até um pequeno suspiro, mudassem o destino, e a aliviassem. Mas, em vez disso, para não preocupar quem amava, preferia esconder o choro entre dentes, de forma a não levantar questões ou colocar problemas. Olhava fixamente pela janela o caminho que ia deixando para trás, esquecendo completamente que o reflexo era facilmente visto por quem a acompanhava. Pena que a indiferença dos seus acompanhantes não desse tempo para nem um olhar para ela. Continuava assim, presa e sozinha no seu mundo, sem qualquer apoio, sorriso ou consolo. Apenas á espera da paragem onde deveria sair. As mãos, brancas e gélidas, pousadas no colo, algumas vezes, tinham que se descruzar para limpar o rosto. Se assim não fosse, pareceria uma estátua no inverno, imóvel e desprezível.

"um vazio de mim, em dias deprimidos"


Se em bicos de pés conseguisse cheirar a essência do mundo, talvez visse mais sentido no meio que me envolve. Assim, limito-me a pensar como seria olhar á volta e ver vazio… ver branco. Ver espaços sem nada nem ninguém. Sentir-me vazia até pode ser uma constante, quer esteja sozinha ou acompanhada. Mas, viver numa página em branco deve ser frustrante. Qualquer um, a qualquer momento, poderá sentir-se uma folha sem nada escrito ou pintado. Mas, nunca se conseguirá imaginar o que é viver sem ter nada do que faz sentido. É essa irrealidade que sinto quando deprimo. Que o meu livro, não passa de um desfolhar de páginas vazias e em branco. Um passar de tempo sem nada escrito. Mas, essencialmente, sem um “fui feliz”. Tenho medo que a minha história nunca seja lembrada, e que a minha passagem por este mundo, tão com ausência de vazio, não passe de uma mentira. Ou talvez de um sonho, que de tão fantástico, acabe no auge da felicidade. Tudo isto para dizer, que sim! Tenho medo de morrer, e de deixar apenas um livro em branco. Mesmo que alguém o aproveite para escrever nessas páginas que foram o vazio da minha vida. “um vazio de mim, dias deprimidos”

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

"estou apaixonada"


Quando te perco, tenho a maior vontade de virar as costas ao mundo… tenho vontade de me fechar em qualquer lado, até dizeres que sim, estás do meu lado. Sinto a tua falta como se cada segundo fosse uma eternidade… sim, estou apaixonada!

se pensar em mim...


Dei-te a mão. Quando caí, levantaste-me tu, com a tua mão. Simples e duro, como água fria que cai com pressão. Se tive saudades? Sim, tive, mesmo quando te tinha perto, sentia-te ausente. Sou como uma divorciada de mim, por acreditar em ti, e lutar contra mim própria apenas por te amar. Divorciei-me de todas as partes do meu corpo, e de todos os meus pensamentos e sonhos. Divorciei-me de mim, para me agarrar a ti. Uma ilusão, que nunca cresceu ou deu fruto. Abandonei as minhas crenças, deixes para trás os rostos que me haviam acompanhado. Não por tua culpa. Mas por minha! Porque eu… eu não soube controlar. Não soube principalmente me respeitar. Tenho pena, agora, que tudo já passou, que só veja poeira no chão. E que na terra, nem consiga ver uma flor a brotar. Se olhar o céu, aquele enorme azul que me acompanha onde quer que esteja, á hora que for… aquele que não me abandona, e que mesmo mudando está sempre lá. Se o olhar, vejo como o tempo passou rápido, e como nas minhas mãos se nota que mudei, cresci. Se nota como a minha alma transformou o meu corpo! Tenho saudades de ser criança, e de achar que tudo é como penso! Tenho saudades de mim!

liberdade pensada!


Não são só os bons momentos que constroem a nossa vida, mas devemos reduzir os maus momentos á sua insignificância! É verdade sim, que meras palavras não têm tanta força como agir. Mas são os pensamentos que nos levam a aproveitar a liberdade. Se conseguir sempre pensar, antes ou após as situações, conseguirei que a minha liberdade me proteja e satisfaça o bastante para ser feliz!

domingo, 20 de setembro de 2009

tenho medo de...


Ter medo de envelhecer é um pensamento que acompanha muita gente. Mas que, invade o meu pensamento muitas vezes! Tenho medo de crescer. De ser mais velha. De ser infeliz. De nunca encontrar a pessoa certa. De não conseguir ser ninguém. Tenho medo de deixar de ser eu, de ter os meus princípios, de pôr de lado os meus pensamentos… para simplesmente tentar ter uma vida melhor. Tenho medo de tudo! Aliás, tenho medo do amanha, que, já é futuro, já é menos um dia na minha vida, e mais um na minha experiência! Tenho medo que tudo mude e que eu deixe de ser assim… sem me lembrar ou pensar. Porque isso já aconteceu! Ao mesmo tempo, anseio pelo dia em que vou trabalhar. Pela minha casa, pelo meu primeiro carro. Espero pelo homem que me fará feliz, e pelos filhos que me dará! Pela profissão que me preencha! Enfim… no meu pensamento, viverei num castelo, e serei feliz para sempre com o meu príncipe e com os meus filhos! Pena que não seja um filme, este mundo onde vivo. Ou simplesmente um sonho! Aqui, tudo é inesperado! Não sei o que me acontecerá dentro de uma hora, quanto mais o que me acontecerá na minha vida! Tenho medo de desiludir as pessoas que gosto… mas, principalmente tenho medo de me desiludir a mim, e não conseguir o que sempre sonhei. Tenho medo que o tempo passe, e eu não viva o que tinha para viver… Mas medo medo, tenho de morrer. É por isso que tenho medo de envelhecer, de crescer. Andamos uma vida inteira a lutar pela felicidade, conforto, alegria, bem-estar, amor, sei lá. Andamos uma vida inteira a lutar por nós e por aqueles que gostamos… Para um dia sermos pó… cinza… e nada!

nascer


E foi assim que vi a criança nascer. De uma perspectiva de mãe. Se calhar completamente diferente do que aconteceu realmente. As dores eram fortes e não conseguia conter o choro. Era uma dor intensa. Tanto era felicidade como sofrimento. E sem me lembrar de mais nada, passei, de estar de pé na cozinha, a estar na cama, enorme do nosso quarto. Estava de pernas abertas e nua. Fazia tanta força que parecia que ia explodir. Mas a verdade é que aquilo era um momento nosso. Nada de enfermeiros, médicos ou hospital. Fomos nós a fazê-lo, fui eu a carregá-lo e vais ser tu a trazê-lo ao mundo. A força é de desespero! Mas a vontade de fazer surgir a criança é enorme e inexplicável, e disseste que ver o bebé a nascer da vagina é o acto mais puro e natural! Tão ternurento que só pode ser um momento em família. Foi amor. O que aconteceu nesta cama, exactamente onde estou a ter o bebé, foi o que o fez surgir. Não foi com dor, com lágrimas. Também não foi sexo. Foi simplesmente sentimento puro como o deste momento, passado nove meses. Não sei o seu sexo, sei o que o originou, sei porque veio e basta. Porque é assim que o amo! Como filho. Como prova. Como fruto do nosso amor. E se choro, se te aperto a mão agora é de felicidade, porque chegou! Nasceu…

terça-feira, 25 de agosto de 2009

“Podia ter ficado ali para sempre, numa espécie de transe entre a terra e o céu”


Com o respirar ofegante e o suor brilhante embrulhando o meu corpo! Com um olhar sem destino, e um pensamento sem fundo! Estava sim, ali, numa espécie de transe entre a terra e o céu. Não sei se consigo bem descrever. Uma cama, onde dois corpos se envolvem num arriscar prematuro, onde o que manda é apenas o desejo carnal. Mantinha-me ali, como se não houvesse amanhã! Entre a terra, o real; e o céu, onde me podias levar! Não me desiludiste… deixaste sim que te surpreendesse, atando os pensamentos do que era normal, e soltando um corpo, diferente da rotina! O nosso envolver não é por acaso! É ocasional, e porque somos adultos! Talvez tenha um pouco de imaturidade também, mas resume-se á saudade de poder em mim! A boca já sente falta da tua língua, o meu corpo da tua barba por fazer, os ouvidos sentem falta do teu respirar intenso, e as pernas, querem as tuas! Inexplicável é a palavra que acompanha o meu pensamento, junto com o café e o cigarro, quando recordo o que aconteceu ali na noite passada. Se me arrependo?! Não sei. Ainda é cedo demais. Limito-me a desfrutar com um sorriso malicioso o que aconteceu ontem! Provoquei-te, e junto com vinho tinto, tornou-se veneno irresponsável! Acontece… Deixaste-me em transe! Sim! Deixaste! Não nego! E, agora, regressando aos lençóis, e aconchegando-me na almofada recordo o que o vinho deu coragem para acontecer! Não que não quiséssemos! Faltava aquela desinibição que tornou tudo mais intenso e forte! Agora sei que me queres. O que perdi por essa noite? Não sei… talvez uma paixão! Perdi-a, mas ganhei uma forma de te ter em mim! Possuíste-me como se fosse o suave e doce veneno que te deu força para dar o SIM!


2008-11-02

quinta-feira, 30 de julho de 2009

o bem e o mal


O bem e o mal vivem em partes iguais dentro da minha cabeça. A capacidade que tenho de me inclinar sempre para o que me faz pior, pode até chamar-se um dom! Mas, na verdade, é realmente o que me faz pior, que me fica mais na cabeça, a aliciar-me, para que deixe tudo para trás, para sim, me debruçar sobre o pior. Sei bem o que é bom e mau para mim. Mas também percebo o que é mais fácil e mais complicado. Na verdade, o mau, torna-se sempre mais fácil, enquanto que o bom, tortura mais, ou seja, custa mais!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

o que está mais perto de nós, é sempre o nosso coração!



Dói muito mais quando nos tiram aquilo que mais gostamos. Mas serve como prova! Na maior parte das vezes, não damos valor ao que enxergamos todos os dias, sufocando quando nos escapa por entre os dedos. É tudo muito mais complicado do que um monte de palavras. Porque, agora, está tudo confuso dentro de mim. Quando estava no carro, no caminho para lá, vi a vida a passar-me toda por um fio! Tudo se estava a repetir! O que já se tinha passado, voltava a ressuscitar agora. No regresso, para o jantar, o que assombrava o meu pensamento, já não era o que passou, era o que vinha! Assusta-me que acorde, um dia depois do outro, e esteja eu, entregue a mim, sem ninguém para me chatear, sem ninguém a perguntar porque não janto, ou porque estou com olhos de choro. Tenho pavor. Mas, apesar de tudo o que se possa passar na minha vida, amigos, namorados, pessoas que se juntam, e vêm e vão enquanto o tempo passa ao meu lado, há sempre alguém que lá está sempre. E, apesar de não nos apercebermos de quem está lá sempre, mais tarde chegamos á conclusão, de que, a nossa família, é como um casamento. É a nossa base, a nossa forma… é a nossa cara, o nosso aspecto, o nosso corpo. É o nosso sangue. A origem da nossa vida. E onde quer que estejam, estão connosco, na nossa vida, nos nossos valores, educação e aspecto, e sobretudo, no nosso coração! AMO A MINHA FAMÍLIA!

domingo, 26 de julho de 2009

Gosto muito de vocês



Apesar de tudo, conseguimos ser uma família! E teremos todos um final FELIZ!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Família

A vida de cada um é uma sucessão de mudanças! Gente que passa, que marca, que magoa… mas há sempre aqueles que ficam! A nossa família! Apesar de tudo que se passa, e que me envolve, quero muito ser feliz. Assim, tenho que me apoiar nas minhas bases, e refugiar no meu sangue, não tirando do meu pensamento que tenho tudo para conseguir ser feliz!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

pai


O meu pai é tudo que acredito! Sou uma mistura de mãe e pai, sei bem. Mas é ao meu pai, que conto tudo o que me magoa e atormenta, onde quer que ele esteja! Amo-o acima de tudo. Só queria ser como ele. O meu pai, é o homem da minha vida! Onde quer que esteja, está sempre EM MIM!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

noite


Há sempre noites que se busca o incansável. Se procura o inesperado. Insaciavelmente! Há sempre noites que trazem a inconstância, e tiram o sono. Há sim! Noites que perfumam de brilho, e deixam em esquecimento o que martiriza ou dói.
Exactamente! É, na maior parte das vezes, na noite, que consigo ser mais verdadeira. Mais eu! Não que o dia, a cor, a vida, não me traga alegria. Muito pelo contrário! É a luminosidade que dá cor á minha vida. Mas a noite, tem sempre aquele toque especial, que me deixa á vontade, porque, pela escuridão, não há olhares indiscretos procurando saber o que se passa! O que vivo!Sou inconstante. Consigo zangar-me comigo própria, por nem eu conseguir acompanhar a minha disposição, as minhas mudanças, o meu feitio. Durante a noite, e com as palavras acompanho sempre esse carácter que ninguém percebe. Essa personalidade que ainda me custa aceitar a mim própria! Realmente, cá dentro, cada vez faz mais sentido aquela frase que se usa normalmente «ninguém é perfeito».

?


A parte mais dura de ultrapassar é quando nos queimam o coração! Mas, temos que confiar em nós próprios… porque haveremos de conseguir tudo aquilo que merecermos! E, sempre que se fechar uma porta, abrir-se-á uma janela! É como depois da tempestade, vem a bonança! Depois de um choro, vem sempre um sorriso, que humilha qualquer tristeza! Tenho pena que tudo não se resolva assim. Com uma confusão de sentimentos que tem sempre bons resultados.

domingo, 12 de julho de 2009

Agradecimentos


Queria agradecer ao meu pai principalmente, e a tudo que me faz viver… Ás folhas secas que piso no Outono, á neve que me faz escorregar no Natal. Ao calor que me faz ir para a praia e mergulhar no mar. Ao céu que me faz sentir tranquila. Ao ar que respiro que me faz sentir fresca e saudável. Á roupa que me aconchega nos dias de muito frio, e á ausência dela no calor. Ao meu quarto, á minha cama, onde descanso e muitas vezes escrevo. Ás palavras que me fazem escrever, e me fazem sentir bem comigo mesmo. Ás pessoas que gostam de mim e me dão vontade de lutar… correr atrás. Ás aulas que me fazem aprender. Aos chatos, carrancudos e maus que me fazem esforçar por não ser assim. Ao jornalismo que me faz ter ambição e querer chegar mais longe. Á inspiração que me acompanha no auge dos momentos e no fundo do poço. Ao computador onde passo os meus textos. Ás fotografias que fazem transparecer o que escrevo. Aos jardins que me dão alegria. Á minha cidade que adoro, acho linda, e me faz querer triunfar no meio de tantas desilusões e quedas. Aos desenhos primários que me fazem sentir bem. Ás paredes do meu quarto que me deixam ter privacidade. Ás ruas por onde passam e aos transportes públicos que me levam onde quero. Ao dinheiro que me deixa sobreviver. Á saúde, que melhor ou pior, me vai deixando estar bem! Ás tristezas que me fazem correr pelas alegrias. Ás flores que cheiram bem. Á lua que me aconselha, e ao sol que me encaminha. Ás estrelas que iluminam a minha frente para que não caia tanto. Ao pequeno-almoço que me deixa correr para a escola. Aos atrasos que me deixam estar mais cinco minutos na cama de manhã. Á música que me faz dançar e chorar. Aos peluches que me deixam agarrá-los com força. Á agua que mata a minha sede, e faz com que viva. Aos desportos radicais que me fazem ter medos! Ao meu corpo que me deixa viver… Ás pulseiras, e ás coisas feitas á mão que me dão gozo. Ás unhas ruídas de nervos! Á colecção de sapatilhas. Ás nuvens que trazem a chuva e me incomodam todo o dia. Ao telemóvel que me faz estar comunicável. Á televisão e aos jornais que me deixam estar actualizada. Ás cores que me fazem rir. Ás piadas que me fazem bem. Aos amigos que me querem feliz. Á solidão que também ás vezes é bom! Á colecção de postais que me deixa recordar por onde já passei. Ao insecticida que mata as melgas para não me picarem. Ao óleo que deixa o meu corpo macio. Aos chocolates que adoro, mas que se multiplicam em espinhas… enfim, agradeço á inspiração das fases da adolescência!
Mas, essencialmente agradeço ao meu pai que venero como um Deus, um Santo! O meu Santo! A minha admiração por ele faz com que dedique tudo o que faço de bem, ou que tento fazer bem, dedique a ele. A ele! Que gosta de mim, e está perto de mim! Ao meu amor… o meu pai!
Meu pai… razão de eu estar aqui!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

folha


Se calhar sou mesmo doida e ando á margem da sociedade… as pessoas vivem, e retiro pequenos detalhes das suas sombras. No caminho de regresso a casa de hoje, entre um passo acelerado e outro, reparei que o chão estava cheio de umas coisas lindas: folhas! Normalmente pisaria essas mesmas folhas, e nem lhes ligava. Mas hoje foi diferente. Hoje, as folhas fizeram me dobrar até ao chão, entre a capa da escola, a carteira e o ipod na outra mão, cheguei ao chão com o intuito de apanhar uma ou outra folha. Vinha a reparar nelas desde que surgiram. E, ao contrário do que julgava, não havia só folhas verdes ou castanhas! Eu apanhei folhas especiais! Folhas vermelhas! Folhas que me fizeram debruçar e pegar-lhes! Simples folhas que me fizeram pensar! Dia após dia a passar nos mesmos sítios, a sair aos mesmos locais, a dormir na mesma cama, a vestir a mesma roupa, a tomar banho á mesma hora, tudo! Tudo é rotina! E, apesar disso, não reparo nas diferenças que fazem hoje ser diferente de ontem! Não dou valor ao céu quando está cheio de nuvens, ou no meu passo acelerado não reparo nas folhas do chão! Reclamo do inverno e do anoitecer precoce! Não olho as estrelas… não contemplo a lua! Não vejo as casas velhas que acompanham o meu trajecto. Não olho os cafés, não vejo as esplanadas, ginásios ou confeitarias. Não reparo em quem passa por mim, não olho a cor dos carros! Vou simplesmente no meu mundo! Mais uma vez, para a escola! Depressa antes de ter a falta! Que tudo que me engloba me passa ao lado! E é isso, o que me engloba, o inesperado que faz que cada dia seja único! E, foram as simples folhas do chão, que ao levantar, me fizeram perceber que hoje foi diferente de ontem. E que ontem foi diferente de anteontem! Apesar do mesmo trajecto, da mesma companhia, da mesma maneira acelerada de andar, apesar de tudo isso, foi diferente… porque me debrucei no chão quando vi aquelas folhas, que apesar de passar muitas vezes lá, pisava-as sem as olhar! Porque é isso que faz a diferença! Quando abrimos os olhos… até pode ser uma vez na vida! Mas aconteceu e revirou a nossa vida! Enfim, são só folhas!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Metade Cor... Metade Palavras!

Um dia ao passar de autocarro nos aliados vi esta exposição, que hoje percebi que são peças que vão ser leiloadas. Quando a vi da janela do autocarro, entre todas as cabeças que tinha á minha frente até á janela, tive vontade de ver o que se passava ali. Afinal, estavam imensos bonecos decorados de formas maravilhosas. Como estava sem tempo, e sem máquina, resolvi que deixaria isso para o dia seguinte. E o dia seguinte foi exactamente hoje. Com a máquina na mão, os phones nos ouvidos, e o telemóvel sempre a tremer, fui visitando e tentando perceber o que se passava. Parecia uma turista admirada no Centro do Porto. Mas isso não me apoquentou! Tinha resolvido que iria passar a minha hora de almoço a ver a exposição que estava nos Aliados, e foi o que fiz. Entre dezenas de bonecos, resolvi que haveria de encontrar um que se parecesse comigo. Um, que fosse uma espécie de caricatura ou amostra do que eu sou! E, lá para o meio encontrei-o mesmo! Uma estatueta, com silhueta de homem, era metade cor, metade palavras! Rapidamente nutri um gosto especial por aquele! Era diferente dos outros. Não foi só este que achei bonito. Encontrei muitas esculturas que gostei. Mas este, fez-me ficar mais tempo a observá-lo! Naquele instante em que estava frente a frente a ele, senti que era o meu reflexo! Um gosto indeterminado e sem registo de nascimento por palavras! Sim! Metade dele eram palavras! Exactamente como eu! Metade de mim, é o que sinto, o que expresso com palavras. Talvez, algumas vezes não consiga transmitir a dor, a alegria que sinto… se calhar há sentimentos que se provam melhor com um sorriso, uma lágrima, um beijo, um carinho! Não sei! Para mim, provo as palavras. Escrevo os meus segredos, os meus sonhos formam-se com palavras, os meus desejos, também os passo para o papel, as minhas ambições, passo-as a caneta. Tudo se transforma em tinta no papel. Era mesmo o que estava a ver á minha frente. Nunca tinha tido uma percepção tão básica e primitiva de mim! Mas, afinal, em resumo, eu era como a estatueta. Metade de mim é cor. A outra metade são as palavras. E, as duas metades de mim, misturam-se! Porque, consigo traduzir alegria com a minha parte colorida, e com as minhas palavras! Sou uma mistura indefinida! Como o boneco! Só nos distinguia uma coisa. Eu vivo, ele é um objecto! Tenho pena! Íamos dar-nos bem! Mas pronto. Tudo bem… eu sou assim, e o boneco, mesmo sem a sua criação ter nada a ver comigo, revejo-me nele! Aqui está o meu reflexo…

terça-feira, 7 de julho de 2009

Quero-te perto de mim!



Fiquei surpreendida pelos caminhos que a cabeça pode tomar. Pensar em coisas tão estranhas, que até me assustam! A eutanásia. Se há coisa de que tenho medo é da vida! Por isso é que se costuma dizer que o limite de tudo, ou seja, só não há solução para a morte! Nascemos para morrer. Essa é a verdade… o que estou a fazer na Terra, é só uma passagem! O que assusta, é que não sei quando é o “gameover” do meu jogo! Devemos viver com cuidado? Para mim devemos viver tudo aquilo que na hora da morte, nos vai vir á cabeça, como erro, ou como felicidade, mas que vem! Tudo o que nos volta á cabeça depois de algum tempo de ser vivido, é porque foi realmente importante! Quer tenha trazido estragos ou alegrias. Morremos… e depois? Depois da morte? O que vem?! Saber que perdemos alguém que gostávamos muito… e onde está agora? Será que me protege do céu como todos acreditamos… ou que simplesmente desapareceu, e tornou-se cinza na vida como no espírito? A morte é um grande tabu para mim! Na verdade já perdi tudo o que tinha para perder. E, se calhar não me devia assustar tanto morrer. Mas, a verdade é que assusta… aliás, o “para sempre” faz-me confusão! Muita, aliás.
Quanto á eutanásia… há muitas opiniões, e cada pessoa se fundamenta e baseia, segundo valores e crenças suas. Não sei se foi da minha educação, da maneira como me falaram do assunto, ou do que fui ouvindo! Uma noite, quando era pequena, tinha para aí dez anos; o meu pai estava a ver um filme sobre o assunto. Eu, na altura não tinha capacidade nem maturidade para interpretar aquilo tal qual se passava. Mas, o meu pai, simplificou-me aquilo, para que até eu, com dez anos, percebesse. “Está uma senhora muito doente na cama. E ela vai acabar por morrer. Ela está a sofrer muito. E a fazer sofrer as pessoas que gostam dela. Ela só se quer libertar de tudo. Porque a dor que ela sente, é muito intensa, e já lhe tirou todas as forças e esperanças de viver”. Realmente, a senhora do filme só chorava. E, o que a fazia viver era uma máquina. Se, a senhora estava tão mal porque não podia ser ela a decidir o seu futuro? Já que não tem hipóteses? Ponho-me no papel da senhora, e realmente queria mesmo morrer. Não queria fazer chorar aqueles que gosto, e obrigá-los a ver a minha imagem tão decadente… se calhar, tão diferente do que fui. Queria que se lembrassem de mim, como eu um dia tinha sido. Mas e no papel de familiar? No papel de familiar seria muito egoísta. A verdade é que morrer, é tão definitivo. Tão sem volta. Para a morte não há solução, e isso arrepia-me. Será que preferia ter uma pessoa a sofrer, mas viva comigo, mesmo que por uma máquina? Ou morta, mas ao menos a morrer descansada, como alívio de um sofrimento tão contínuo e forte? Como familiar, não gostava de ser a responsável por perder alguém querido. Sei que é egoísta. Mas se me dessem a escolher, preferia ter as pessoas vivas, mesmo que dependentes de mim! Perder alguém pela morte, é o que se pode sentir de mais esquisito. O que nos faz sentir mais impotentes, mais estranhos. Saber, que a pessoa com que convivíamos todos os dias. No pequeno-almoço, que nos levava á escola, que nos ligava a saber onde estamos, que nos comprava coisas, que nos dava um beijo de boa noite. Perder isso, é perder parte de nós! Perder alguém, é o mais estranho que já senti. É uma sensação única de vazio, que nunca poderá ser preenchido! O que me assusta, é se realmente há outro mundo, para eu puder encontrar todos os que perdi, e ser feliz, aí na eternidade! As saudades doem e moem por dentro. Saber, que ontem te tinha, e que quando estava a chorar, me beijaste a testa e disseste “calma filha, eu estou aqui”. E hoje? Hoje não estás. Não está o teu beijo, não está o teu carinho. Não está a tua mão. O pior… não estás tu! Sinto a tua falta. Na verdade, quando me olho no espelho, sei que sou uma parte de ti! Metade do que sou, é o que tu foste! O que és. Amo-te aqui, hoje, e para sempre. Onde quer que eu vá, onde quer que eu esteja, estás em mim, nos meus olhos, nos meus órgãos, na minha boca, na minha pele… em mim! Eu sou parte de ti. E isso, deixar-te-á viver mesmo quando já não estás aqui. Acima de tudo, estás na minha cabeça e no meu coração! Eu sou tu!
A morte é o tema que põe toda a gente triste. Sem resposta. E se morresse agora? Ficava tudo dito? Tinhas tido as mesmas atitudes que tiveste até agora? Sentias a minha falta? E se eu soubesse que ia morrer? O que faria? E se estivesse tudo bem, e no regresso a casa, um carro despistado me atropelasse e eu tivesse morte imediata? A morte destrói tudo o que penso em construir. A minha cabeça está cheia de informação! Mas quando vem a palavra morte, fico vazia! Porque na verdade, para mim, morte é vazio! É nada. Morte é destruição! É a destruição de tudo aquilo que tínhamos construído! É como que eu passasse toda a minha vida a recolher pedras para construir um castelo. E no dia que consegui a ultima pedra para terminar o castelo, chego ao sítio onde o estava a construir, e ele não está lá. Viver, é uma construção contínua. Que se faz com o que se aprende todos os dias. A morte, é a rasteira da vida.
Quanto á eutanásia. Será que o homem tem o direito de tirar a vida quando está a sofrer? Ou considerar-se-á cobardia? A minha opinião varia conforme a situação. Sempre baseada em egoísmo. Se sou a personagem principal, opto pelo meu bem estar… como se for secundária, também opto pelo melhor para mim! Quando estou de fora, digo simplesmente que concordo. Mas, se eu não disse que queria nascer, terei eu direito de escolher a minha morte? Ou a morte deverá ser inesperada tal e qual o nascimento?

segunda-feira, 6 de julho de 2009

sou sempre diferente...




Sinto-me eu, quando tenho a liberdade de fazer as minhas escolhas. Se num dia de chuva torrencial, prefiro embrulhar-me num cobertor a ver um filme, ou se num dia de muito sol, apetece-me saltar, correr e beijar. Tudo faz parte de mim! Tudo isso me constrói e eleva! Sou eu sim… nas diferentes personagens que visto! Se ontem fui a noiva desesperada porque me largaste… hoje sou a empresária de sucesso, em frente a um computador! Amanhã, posso ser mãe! Eu não sou um. Sou muitos! E, isso é que faz de mim EU! Não mais uma pessoa que vive! Que se limita a trabalhar para se sustentar. Ou que estuda para agradar os pais! O que é a vida sem ambição? Será que vale a pena viver num berço de ouro, em que não se contacta com o que é verdadeiramente original? Ou, são os tombos e tropeções que fazem com que eu seja individual? E minha forma de vida? Também não influencia tudo? Claro que sim! Se combater sempre o comodismo evoluo sem que ninguém dê conta… porque evoluo por dentro.


Podem-me tirar tudo! A minha família, as pessoas que gosto, o meu trabalho, a minha escola, podem até tirar-me tudo o que aprendi, e fazerem-me sofrer o dobro do que já sofri! Mas, não me podem levar a minha imaginação! A minha vontade de escrever. O meu alivio de desabafar em folhas! De onde nada sai. Posso confiar plenamente em tudo o que conto, que sei, que as folhas e a caneta, são minhas confidentes, e que me apoiaram! E, que, essencialmente não me deixarão ficar mal! Encarno várias personagens de acordo com o cenário que me envolve, e com as pessoas com que estou! Sou sempre diferente! E dentro de mim, existem vários “eus” á espera do seu momento para se revelarem! Toda eu sou partes!

domingo, 5 de julho de 2009

Sou mulher, e adoro!



Experimentei! Dei uma oportunidade não só á minha cabeça de se expressar… mas deixei que o meu corpo também tivesse uma oportunidade de desabafo! Como todas as mulheres, gosto de me sentir bonita! E, quando há tensão no meu corpo… porque não libertá-la no quarto?! Com a porta fechada! Só comigo! Com a música aos berros e a mostrar ao espelho, tudo que não tenho coragem de mostrar aos outros! Tantos rodeios porquê? Dançar!!! Qualquer mulher gosta, e se sente atraente a olhar-se no espelho, enquanto toca a musica que gosta no rádio, e se morde o lábio ao vestir-se! Sou normal! E se a minha cabeça vive tensão… o meu corpo também a vive!
[…]
Há coisas que só se explicam quando se sentem! Experimenta, quando te sentires menos bem, fechar a persiana para que ninguém veja o que estás a fazer, e de langerie dançar como uma louca em frente ao espelho! Observa-te! Ajuda a conheceres-te melhor! E, principalmente a aliviar-te dessa má energia que te envolve. Salta, mexe os braço, e roda! Bufa, curva-te, roda o pescoço, e faz uma careta a ti mesma! Goza contigo própria! Porque a melhor forma de enfrentar os problemas, é encará-los de frente! Ou seja, olha para eles, e mostra que os estás a ver, e que mesmo assim, consegues viver numa boa… consegues enfrentá-los e não são eles que te põe para baixo! Mostra que os problemas, perto de ti, são uma insignificância! Porque és maior! Consigo tratar da minha cabeça quando escrevo! Consigo aliviar o stress todo, se pinchar e dançar como uma doida até cair para a cama!Há melhor do que paranóias de mulher?

a vida são momentos



Porque podemos tanto estar bem como estar mal! Porque a pura felicidade nem sempre se traduz com sorrisos ou gargalhadas, mas transmite-se com uma lágrima. Porque nem tudo é belo, e temos de aprender a andar de montanha russa! Porque uma música faz-nos pensar e um livro no sofá faz-nos sentir! Porque sentada numa cadeira, podemos contar uma história a quem tem todo o tempo do mundo para nos ouvir. Porque ir a um concerto do nosso grupo favorito faz-nos gritar e levitar. Porque deitarmo-nos á noite na cama nos deixa relaxadas. Porque beijar quem amamos deixa-nos sem jeito! Porque a paixão nos faz querer subir a uma montanha e gritar um «amo-te» para que todo o mundo perceba o que sentimos. Porque fecharmo-nos na casa de banho, a chorar no banho, também faz parte de momentos importantes da nossa vida. Porque correr para abraçar quem não vemos há muito tempo faz nos pensar o quanto gostamos dessa pessoa! Porque ver o nosso álbum de fotos traz-nos boas e más recordações. Porque a primeira sapatada recordamos com carinho! Porque a noite nos faz pensar no caminho que a nossa vida leva. Porque os nossos amigos nos fazem rir. Porque desabafar é importante. Porque vestir uma roupa para ir correr, é aliviar o stress. Porque olhar o céu azul, o sol, as árvores frescas, nos transmite paz. Porque quando estamos cansadas e molhamos os lábios com água, nos sentimos bem. Porque ir jantar fora com a nossa família, traz a saudade de ter três anos. Porque hidratar o nosso corpo faz-nos sentir bonitas. Porque suspirar, faz lembrar alguma coisa. Porque prender o cabelo é fresquinho! Porque ir ao ginásio faz-nos cair no sofá sem força para nada. Porque observar as pessoas que amamos faz-nos sorrir. Porque agarrar nos nossos peluches dá-nos força. Porque pintar numa parede um coração é amor. Porque deixar que quem gostamos escreva nas nossas costas é querido! Porque chorar de desespero também é viver. Porque levarem-nos quem mais amamos é loucura! Porque espreguiçar é bom! Porque pintar os olhos e os lábios para irmos a uma festa faz-nos sentir sexys. Porque sentar na cama a pintar as unhas é um momento nosso. Porque estar embrulhada nos cobertores a olhar a chuva lá fora, é acolhedor! Porque pensar numa coisa, fazer outra e sentir outra é o que fazemos todos os dias! Ser mulher é ser especial! Por isso, a partir de uma certa idade, devemos ir ao médico regularmente para prevenir o cancro da mama! E caso não dê para controlar, não deixar a morte nos levar, e lutar sempre, dia após dia, pelo nosso lugar aqui na terra. Afinal, a vida são momentos!!

Equilíbrio de Palavras... porquê?



Equilíbrio de palavras porquê? As palavras são uma parte de mim! Acho, que fazem parte de toda a gente! São das formas mais óbvias de viver. Com elas rimos, choramos, temos diferentes reacções. Ás vezes, não precisamos de palavras, chega um olhar, um beijo, até pelo respirar se percebe como estás! E, se sentires um brilho no meu olhar, como que a puxar uma lágrima, sabes que o meu consolo é um abraço bem apertado! Mas, sim, equilíbrio de palavras! Porque escrever, é a forma de vida que me acompanha sempre! Mesmo quando se está sozinho, temos o papel de guardanapo do café, e a caneta que pedimos ao empregado de mesa, e serve, mesmo assim! Para desabafar… para deitar tudo que está preso cá dentro! Para puder respirar! Um ataque de choro, ou mesmo, uma gargalhada sentida… todas as sensações dão origem a uma história, um amor não correspondido, uma tragédia! As palavras são o poder de sermos o que gostávamos de ser. Independentemente de tudo! Nas palavras somos o mais puro do ser humano! Somos a filha perfeita que respeita sempre o que os pais dizem. A namorada que não arranja confusões, e limita-se a amar. Somos a aluna que tira boas notas, e que irrita de ser certinha. Somos a amiga com quem se pode contar, nem que seja ás três da manha para acalmar uma chamada com um choro de resposta. Nas palavras somos tudo o que gostávamos de ser. Conseguimos enfrentar os nossos monstros, que invadem e preocupam o nosso pensamento! Nas palavras… até podemos ser felizes para sempre. Porque as palavras, são imaginação! Resta saber combiná-las e causar sensações a quem as lê!As palavras são também uma forma de comunicação! É através delas que falo com quem não tenho comigo! Quer porque não está para sempre, quer porque não está para mim! Não há forma mais forte de felicidade, do que as histórias que criamos em que tudo acaba bem! A vida é assim! Ninguém é perfeito. Muito menos feliz para sempre. Há sempre aqueles momentos melhores, e há também os piores! Mas resta saber ser paciente! Por isso eu procuro o meu equilíbrio de vida nas palavras! Quando estou bem, escrevo textos que mostram a minha forma sorridente de ver a vida. Mas, como sou instável, e tudo pode mudar a qualquer momento, quando estou mal, também escrevo! Desabafo toda a dor que transporto em mim, choro e alívio a minha dor… se passar tudo para o papel, trago para a minha vida o equilíbrio, através das palavras!

sábado, 4 de julho de 2009

eu

Nunca posso duvidar de mim! Tenho que acreditar que consigo, SEMPRE! Seja o que for, com quer for! Sou mais forte, e não posso refugiar-me no medo e cobardia! Muito pelo contrário, devo abrir-me a novas coisas, sair á rua, rir muito, afastar de mim o que tenho cá dentro de mau! Se, pelo contrário, me fechar no quarto, sozinha, a chorar, nunca mais me toco para a frente, e fico sempre numa redoma, em que ninguém me atinge, e onde sentirei sempre o mesmo, já que não tenho ninguém para me envolver em novas emoções! Por isso, sou forte, sou jovem! Tenho uma vida inteira pela frente, para me segurar nos maus momentos, e se rir comigo nas minhas alegrias! Apesar de tudo, tenho quase tudo para ser feliz! E, quando olho o céu, tenho força, porque tenho lá em cima alguém, que me vigia e me dá força! E, que pelo menos, me abre a luz no fundo do túnel! E foi isso que aconteceu! A luz brilhou, e eu vi-a! Não sou coitadinha! Tenho tudo para ir á luta, e combater contra tudo e todos para conseguir a minha meta! A minha felicidade! Ninguém a quer mais que eu… embora eu pense que sim! Não, ninguém quer mais a minha felicidade do que eu. Seja mãe, pai, ou outro familiar, seja a paixoneta de verão, ou o amor de casamento! Ninguém a quer mais que eu! E, eu, tenho que lutar por ela, ela não cai do céu, e vem ter aos meus pés! Depois de tudo, sim, sou mais forte! Mais crescida! Mais madura! Sou diferente! Ninguém merece a minha humilhação, o meu rebaixar, ninguém merece que me sinta nada, para conseguir o que quer que seja! Eu tenho o meu valor. Não sou perfeita! Sou até uma pessoa esquisita, com valores, comportamentos que nem toda a gente percebe, entende! Mas sou assim! Tenho a minha personalidade, que bem sei que não é fácil! E sou assim… só eu! Quero ser feliz, acima de tudo! Se não, passei pela terra, com uma missão que não cumpri! Antes de qualquer coisa, e de amar quem quer que seja, aprendi que tenho que me amar A MIM!