sexta-feira, 26 de novembro de 2010

nasci


Nasci da relação do instinto animal com o espírito humano de sobrevivência. Com ou sem características especiais, sou mais uma nos milhões de pessoas que compõem o mundo e dão continuidade a esta espécie tão magnifica e especial. Se calhar se soubesse que teria sido apenas um momento de deleite, ainda me desvalorizaria mais. Na insegurança opto por me achar semelhante a todos os seres vivos que se aguentam em duas pernas e têm emoções. Na realidade é mesmo isso que cada um é: tão próximo das plantas, como da água, como dos animais. E, ainda assim, mesmo extraindo o melhor e a força que tudo isso nos dá, conseguimos ser o bicho mais maquiavélico na terra. Se me dissessem que nasci do fervor do sol e da energia da água, deixava-me flutuar apenas nesse vazio que preenche toda a natureza e a transforma em essencial. Como nasci de prazer humano, reduzo-me à insignificância que o homem tem quando se tentar colocar em grau de igualdade com o planeta terra.

domingo, 21 de novembro de 2010

ruiva



Sou terra. Fui mar. Não houve um momento em particular que me deixasse ser apenas o horizonte. Não fui apenas eu. Se olhasse para mim da janela, via uma estranha que não sabia o que fazia. É tão complicado olhar para o filme do passado da nossa vida, e sentir arrependimento. Talvez não mudasse nada porque com tudo o que se passou, aprendi! Mas, ainda assim, é estranho ver que o meu passado é de uma pessoa que não sou eu! Naquela altura era tão impotente e vulnerável, que me deixava apenas levar e possuir por ti, sem sequer me perguntar porquê! Se era feliz? Talvez! O comodismo falava sempre mais alto, e colava-me a ti. Foi estranho, fui diferente. Nem o mar e a terra estão tão diferentes como nós. Sinto-me nua quando me abordas com o que eu fui! Não sou assim. Queria conseguir caminhar e esquecer que um dia fui cinza... apesar de agora estar bem a cores! Se te quero? Hummm... não sei!
Ruiva

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

amor



Mais cedo do que pensas és terra fina e fria. É difícil aceitar que tudo isto é uma ilusão no que se chama eternidade. Se sentir a falta de alguém, é secundário. Nada é mais principal do que este sonho tão curto a que chamamos vida. Se tiver o azar de te perder sem te provar o quanto te amo, verás, quando acordares do teu sonho, que sou lágrimas incontroláveis. Não sei. Não vi! Sinto-me tão impotente como um grão de areia na imensidão que é a praia. Fazes me falta. Não por aí... mas por aqui! Bem perto do que julgo ser o meu corpo! Talvez no meu coração...