segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Imagino-me seca. Como um ramo de flores cuidadosamente pousado na beira da janela. Dia após dia a sentir a intensidade, o calor, a luz do sol. Inútil. Imóvel. Apenas convicto do seu lugar escondido. Há dias e dias. Se por vezes contagiamos o mundo e brilhamos sem precisar explicar. Outras vezes a escuridão do nosso desespero faz-se sentir e espalha-se por tudo. Esta inconstância, a falta de fidelidade a sentimentos intermináveis, angustia e alegra diferentes momentos da vida. As fantasias vêm por acréscimo e valorizam esta estranha caminhada... Sonhos perdidos e desejos inigualáveis causam vitórias e levam ao fracasso. Se fossemos todos iguais, talvez fosse mais simples compreender quem está em volta. Assim sendo, a conquista do incerto entusiasma-nos na descoberta, não só de uma mente, mas também de um corpo.

sábado, 13 de setembro de 2014

Tenho os pés bem presos ao chão. Observo um demorado e meigo descolar. Vais lá dentro, estou a ver-te. O teu sorriso de orelha a orelha faz-me quase perder o medo, e deixar-me levitar nesse balão onde tu estás. Queria deixar-me, permitir-me, apoiar-me a ser diferente... a reconstruir-me enquanto pessoa com medos e vitórias. Sinto que é difícil, ao mesmo tempo que interiorizo que não é impossível. Quando já estás mais alto, e mais alto, e vento te vai puxando para cima, começo a refletir que há momentos que a distância não vale. Apesar do medo, sei que fui contigo... por aí fora. Sem consequências, sem questões... apenas deixei o meu pensamento livre para que pudesse alcançar quem bem entendesse! E encontrou-te a ti, meu amor.
Tantas palavras que leio e que nada me fazem descobrir em relação a ti. Procuro, penso e revivo um passado totalmente apagado. Tento reescreve-lo, recordar-me de ti! Mas estás longe, tão longe que é impossível alcançar-te. Cada vez pior. A dor aumenta e começa a ser insustentável transportá-la só em mim. Inconscientemente vou partilhando este sofrimento com as pessoas que me encontram nas suas vidas. Não és culpado... mas serei eu? O amor... esse não se perdeu! Vai crescendo de mão dada com a saudade, tentando equilibrar as minhas fantasias. É enorme isto que sinto por uma alma sem corpo, que reconheço estar junto de mim... Estás perto, eu sei! Mesmo que não te possa tocar, sei que sim! Sei que me amparas, que me proteges. A minha dor, o meu sofrimento, a minha angústia, sei que não podes controlar. Mas custa demais. Saber que o passado está cada vez mais distante e consequentemente mais apagado. Tenho medo de me esquecer da tua voz, do teu cheiro, do teu sorriso... Não te quero perder nunca de mim!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Há dias em que o céu é um limite bastante baixo e que sufoca todas as minhas passadas. Sinto me agoniada por não existirem estrelas a iluminar o meu caminho. Quando observo a escuridão, sou completamente absorvida pela dor e pela tristeza. Não que seja sempre assim... Mas chega que aconteça para me deixar estendida, sem reacção. Estou a levitar num vazio sem retorno... As vozes dentro da minha cabeça, gritam como se fossem multidões a manifestarem diferentes opiniões. Estou baralhada. E com um mundo cada vez mais pequeno para mim, perco-me na tristeza do meu olhar. Se desmaiar resolvesse, só queria cair desamparada e esquecer tudo que de mau que ficou para trás. Não ajuda. Não resolve. Não diminui. A vida é simplesmente este caos que criamos sem pensar. A turbulência engole-nos através das tragédias e dos problemas. Se ser feliz fosse uma constante, talvez não tivesse tanta graça... A vida! Certamente seria mais simples e irreal, mas menos completa.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Amanhece as 5 da manhã e eu acordo as 7 como se já fosse meio dia. Depois de tomar banho num chuveiro super sônico, de pisar o chão alcatifado e de me vestir, insisto em olhar para o lado errado da estrada quando pretendo atravessar. Todos parecem atrasados para todo o lado, quando são conhecidos pela pontualidade (que os obriga a estar 10/15 minutos antes nos locais - mesmo que isso atrapalhe os outros). Os volantes do outro lado, confundem-me, quando observo as gigantes e intermináveis filas de trânsito. O atalho para o centro da cidade onde estou, inclui uma passagem por um velho cemitério, onde vejo sempre pessoas a conversar, a partilhar umas cervejas e ate mesmo a apanhar sol! Chego ao centro e lá estão os cantores de rua, acompanhados do seu instrumento musical, a cantar e a receber libras por entreterem um público que bebe cafés e chás em andamento. Nas lojas perguntam-me como vai o meu dia e tratam-me por "darling" ou "sweetheart". Se pretendo beber álcool, tenho que desmanchar a carteira tão arrumadinha para mostrar o cartão único e verificarem que sim, já posso (ainda que à noite todos - de todas as idades - tenham garrafas na mão e que pedindo uma cerveja num pub venha um balde dum litro). Apesar de potência mundial, encontro vários espaços verdes por todo o lado. Os senhores das obras (bastante semelhantes aos portugueses), acho que são iguais em todo o mundo!!! Os cabelos roxos, verdes e azuis, tudo ao mesmo tempo ou separado, acho que são fundamentais para colorir uma cidade, que hoje, está tão cinzenta! Casas pequenas com espaços suficientes para viver! Os tijolos característicos têm tanto de beleza como de velhice! Apesar dos excessos nocturnos evidentes, de dia comportam-se baseados na postura (às vezes irrita!!!) Não faltam mães adolescentes, a passear o carrinho de gêmeos ou de dois ou três filhos de idades diferentes, enquanto vêem lojas e os filhos entornam as coca-colas pelo vestido último grito! Os preços dos chocolate são mínimos quando comparados aos portugueses! As compras no supermercado são fantásticas: meia dúzia de pacotes que se põem no microondas 5 minutos e que se transformam em divinos manjares! No café pago 1£ por uma água e 0,80£ por um refrigerante! As tomadas/fichas são também diferentes, não só para perturbar os estrangeiros, mas sobretudo para vincar, salientar e reforçar que sim, são diferentes e únicos no mundo! Mais uma medida que sustenta a ideia de importância mundial! Contudo, e apesar de tudo, a pluralidade de nacionalidades deste país, enriquece-o ao mesmo tempo que cativa o mundo a conhecer a história de cidades tão valiosas e prósperas! A normalidade deste país, embora seja baseada na anormalidade no bom sentido, cativa bastante a descoberta por parte dos estrangeiros! Inglaterra devia ser paragem obrigatória!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Grito porque estou sozinha... não sei bem explicar o que me arde por dentro. Não consigo perceber. Queria ser mais forte que a dor que me perturba e que não me deixa dormir. Se fugir resolvesse, mesmo que fosse atitude cobarde, assim preferia. A inocência e a distância não resolvem os problemas. Mas amenizam as repercussões. A saudade é um eco que não me sai da cabeça, da memória, do coração... de todos os poros do meu corpo! Sinto a tua falta PAI