terça-feira, 25 de agosto de 2009

“Podia ter ficado ali para sempre, numa espécie de transe entre a terra e o céu”


Com o respirar ofegante e o suor brilhante embrulhando o meu corpo! Com um olhar sem destino, e um pensamento sem fundo! Estava sim, ali, numa espécie de transe entre a terra e o céu. Não sei se consigo bem descrever. Uma cama, onde dois corpos se envolvem num arriscar prematuro, onde o que manda é apenas o desejo carnal. Mantinha-me ali, como se não houvesse amanhã! Entre a terra, o real; e o céu, onde me podias levar! Não me desiludiste… deixaste sim que te surpreendesse, atando os pensamentos do que era normal, e soltando um corpo, diferente da rotina! O nosso envolver não é por acaso! É ocasional, e porque somos adultos! Talvez tenha um pouco de imaturidade também, mas resume-se á saudade de poder em mim! A boca já sente falta da tua língua, o meu corpo da tua barba por fazer, os ouvidos sentem falta do teu respirar intenso, e as pernas, querem as tuas! Inexplicável é a palavra que acompanha o meu pensamento, junto com o café e o cigarro, quando recordo o que aconteceu ali na noite passada. Se me arrependo?! Não sei. Ainda é cedo demais. Limito-me a desfrutar com um sorriso malicioso o que aconteceu ontem! Provoquei-te, e junto com vinho tinto, tornou-se veneno irresponsável! Acontece… Deixaste-me em transe! Sim! Deixaste! Não nego! E, agora, regressando aos lençóis, e aconchegando-me na almofada recordo o que o vinho deu coragem para acontecer! Não que não quiséssemos! Faltava aquela desinibição que tornou tudo mais intenso e forte! Agora sei que me queres. O que perdi por essa noite? Não sei… talvez uma paixão! Perdi-a, mas ganhei uma forma de te ter em mim! Possuíste-me como se fosse o suave e doce veneno que te deu força para dar o SIM!


2008-11-02