domingo, 20 de setembro de 2009

nascer


E foi assim que vi a criança nascer. De uma perspectiva de mãe. Se calhar completamente diferente do que aconteceu realmente. As dores eram fortes e não conseguia conter o choro. Era uma dor intensa. Tanto era felicidade como sofrimento. E sem me lembrar de mais nada, passei, de estar de pé na cozinha, a estar na cama, enorme do nosso quarto. Estava de pernas abertas e nua. Fazia tanta força que parecia que ia explodir. Mas a verdade é que aquilo era um momento nosso. Nada de enfermeiros, médicos ou hospital. Fomos nós a fazê-lo, fui eu a carregá-lo e vais ser tu a trazê-lo ao mundo. A força é de desespero! Mas a vontade de fazer surgir a criança é enorme e inexplicável, e disseste que ver o bebé a nascer da vagina é o acto mais puro e natural! Tão ternurento que só pode ser um momento em família. Foi amor. O que aconteceu nesta cama, exactamente onde estou a ter o bebé, foi o que o fez surgir. Não foi com dor, com lágrimas. Também não foi sexo. Foi simplesmente sentimento puro como o deste momento, passado nove meses. Não sei o seu sexo, sei o que o originou, sei porque veio e basta. Porque é assim que o amo! Como filho. Como prova. Como fruto do nosso amor. E se choro, se te aperto a mão agora é de felicidade, porque chegou! Nasceu…

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