sábado, 16 de julho de 2011


Pousei a máquina fotográfica no chão, por pouco tempo. Dobrei-me para a frente, pousei as pernas e encostei-me a uma pedra mesmo perto de mim. Balancei as pernas entre o ar e a terra. O vento batia-me na cara como se estivesse zangado comigo. Via o sol entre as nuvens, bem lá no alto... o céu variava entre o azul e os tons acinzentados. Não chovia, embora provavelmente estivesse perto. Eu sentia o cheiro a fresco, a vento, a liberdade. Olhava longe o infinito e procurava sensações virgens. As folhas voavam em diferentes direcções como se não tivessem destino! E eu? Tinha destino? Abanava as pernas com convicção. Sentia um arrepio voar-me pelo corpo quando olhava a distância a que estava lá de baixo. Ainda assim não descia. A adrenalina de fazer o errado, de fazer o ilegal o irresponsável... é uma sensação tão forte que tomava conta de todas as partes de mim. Os meus olhos não largavam a impressão de impotência de não prever o futuro. Não sei se amanhã estou a chorar ou se estou feliz!! Será que vivo com medo de não saber o que me irá acontecer com o evoluir do tempo? Encosto as pernas. Chego-me para o lado, e procuro às apalpadelas onde me posso deitar. Agora vejo o infinito por outro prisma. Se primeiro era verde e intocável. Agora mantém-se inatingível, mas azul, cinzento e branco. Era natureza. Agora é céu. É estranho procurar respostas mesmo sabendo que não se vão achar. É triste fazer pedidos que não se vão conceder. Magoa chorar por não se ter quem se ama.
Eu paro ou balanço as pernas, os meus desejos não se concedem. Eu olho a natureza ou o céu, as perguntas não têm resposta. Pousei as mãos viradas para cima e finalmente percebi que quando peço, devo pedir a mim. Quando desejo, devo ter a força de desejar em mim. Quando choro, devo conseguir parar por mim. Quando penso no que acontecerá amanha, devo saber que quem constrói o meu caminho sou eu...

Nenhum comentário:

Postar um comentário