sexta-feira, 11 de março de 2011

vida


Gosto de me fechar do mundo, e olhar a vida como se fosse apenas visitante. Mergulhar no mar como se fosse a ultima vez. Pisar a areia quente e não gritar irritada por me queimar. Olhar de fora este mundo maravilhoso, leva-me a crer que um dia será assim! Estarei imortal neste canto a ver o que se passa. Se tenho medo que a vida me leve, me consuma e me transforme em nada? Tenho muito mais medo de ficar estática sem viver. Tudo o que amo, tenho o poder de conseguir que venha de encontro às minhas mãos frias e trémulas, pequenas, feias e quase sem unhas. Sou assim, pequena, minúscula, num mundo cheio de coisas gigantescas e fortes. Não me importo de apenas o ver ou não ser uma dessas coisas excessivas que andam por aí. Gosto da excentricidade de ser uma incógnita. Gosto de a multiplicidade que posso ter ao ser apenas eu, a Margarida. Se saio à rua e danço, se grito no meio da floresta, se corro pelo passeio cheio de gente, se me rebolo na areia, se sinto a frescura da relva? Sim, sinto. E tu? Será que sentes tudo isso? Será que vives a vida com a intensidade que ela merece? Dás-lhe a verdadeira oportunidade de ser a única e merecer respeito? É incrível ser real. É óptimo ser autêntico. É bom ser vida, prazer e nada! É bom tocar, sentir, olhar, saborear, cheirar, ouvir! Gosto da ideia de ser tudo e ser nada! Sobretudo amo o que brilha, e o que brilha é a vida no seu total esplendor! Se mudava alguma coisa? Talvez a sensação de perda ou dor. Mas será que assim teria o mesmo fervor, a mesma força ou tensão que a vida nos oferece? Será que tudo perfeito me fazia chorar abraçada, ou deitar-me exausta, ou até desfalecer apenas?

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