quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

sombra


Se pudesse escolher entre eu e a minha sombra… escolhia a minha sombra! Inanimada, despreocupada! Sempre seguindo a sociedade á margem da população. Discreta, e sem um olhar importante. Não fascina ninguém. Persegue-me apenas a mim, nos dias de sol e por vezes á noite. Quanto maiores contrastes, mais nítida e forte se torna. Acompanha-me mesmo que precise de um tempo a sós. Nada lhe interessa a meu respeito. Mesmo conhecendo-nos desde o inicio da minha existência, permanece no lugar, até quando choro, e precisava de apoio. Nunca me tocou, ou se lembrou de vir para dentro de mim. Quem sabe, acompanhar-me lado a lado! Deixa-me á minha mercê. Sem dar importância á minha rotina, aos meus passos rápidos ou lentos, sem dar importância se vai desaparecer, ou se vai passear comigo toda a tarde. Deixa-se banal, colada no chão. Não me tenta ajudar, não me apoia, ou evita que eu caia. Se me magoar, ela está lá! Calada! Insegura, talvez. Mas nunca tremida. Acompanha o meu passo simetricamente, sem querer saber o que preciso. Mais alta ou mais baixa, é o meu contraste. Tento passar para essa mancha escura, que me acompanha muitas vezes reflectida no chão, tudo o que de mau tenho dentro de mim! Afinal… ela não sofre! Mas, serás tu realmente minha… sombra?

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