domingo, 7 de fevereiro de 2010

Ser descontente é ser homem

O homem é um ser vivo muito complexo. Talvez o mais complicado de perceber, mas também o mais completo. Possui uma capacidade que o distingue dos demais… consegue pensar. E é o pensamento que o transforma e transporta, que o envolve em tudo o que compõe o seu leque de gostos.

Um traço bem vincado que caracteriza o homem, é o seu descontentamento face ao que o rodeia. Tem ambição, quer sempre mais. Devido á fantasia que vive dentro de si, e o motiva a avançar no processo que é viver. Sente-se descontente, mesmo quando conquista algo. Porque, na verdade, mesmo quando consegue alguma coisa, o seu pensamento já vai distante em outra meta que quer alcançar. É insaciável por isso mesmo. Ambiciona tudo, e nem o horizonte o limita. Isto porque os seus sonhos são capazes de revirar o mundo, transformar pensamentos, fazer surgir novas ideias. Nem o céu é o limite para as reflexões ou fantasias do homem. Sofrer é inevitável. Faz parte do percurso a percorrer. Magoa, faz com que o homem perca forças, faz até chorar… e muitas vezes desistir de algo. Ainda assim, o homem faz questão de criar novas metas, camuflando muitas vezes a dor com novas ambições.

O descontentamento forma o homem, pois os seus desejos são vários, e multiplicam-se á medida que se vão conseguindo conquistar alguns deles. O que distingue o homem dos outros seres vivos é exactamente isso: a capacidade de se conseguir transportar mentalmente para o paraíso, fazendo com que se sinta descontente, por não se puder transportar para lá fisicamente. Lutando assim para saciar as suas ambições e desejos, sendo descontente apenas por ser homem!

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