terça-feira, 15 de junho de 2010

"Eu não tenho filosofia: tenho sentidos" Alberto Caeiro


Ao interpretar um verso de Alberto Cairo, apercebi-me da sua razão! Agora consigo entender porque é que a felicidade é uma meta tão difícil de alcançar… “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos!” Esta frase transforma o homem num animal como todos os outros, apagando a característica que os distingue: o pensar. E, lendo e relendo a frase, encontro a explicação para a procura incessante da felicidade por parte de milhares de pessoas, sem a conseguir atingir… o pensamento é a maior entrave quando se pretende alcançar a felicidade. E ninguém, nenhuma pessoa, nenhum ser com características humanas está livre deste tormento, que persegue todos os animais racionais para todo o lado. É indescritível esta capacidade que distingue o Homem dos outros seres vivos. Para tudo que se faz, pensa-se! E, os animais ou as plantas sobrevivem sem pensar… e ao fazê-lo vivem de felicidade pois não conhecem outro caminho para chamar de infelicidade. É confuso! Mas é assim. Se eu não tiver duas opções, não sei se vivo em felicidade ou não. Principalmente, se eu não pensar, não sei o que sinto! Logo, sinto-me bem! Estou a pensar quando olho para uma árvore, quando vejo o mar, quando observo um pássaro. Estou a pensar quando dou um beijo, quando sonho, ou quando ando de bicicleta. Estou a pensar, mesmo quando estou perdida na estrada, viajo de barco ou corro para aliviar o stress. Estou a pensar quando ouço música, quando canto ou danço! Estou a pensar para ver televisão, acender a luz ou cozinhar! É um pesadelo. Muito pior que a nossa própria sombra… é este pensamento que não me deixa escolher e decidir em paz… se não fosse o pensar, eu não demorava tanto tempo a decidir, a tomar medidas… estava agora relaxada, com a cabeça concentrada no vazio, a descansar! Difícil não é!!! Pois, não pensar é impossível. E quem diz que o consegue – mente! “Pensar incomoda como andar à chuva” – Alberto Caeiro.

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